São Paulo, 17 (AE) - A gordura localizada é uma das reclamações mais frequentes entre homens e mulheres. Esse tipo de gordura tende a se distribuir de maneira constante na pessoa, conforme sua constituição física. Ou seja: quem tem uma barriguinha, um culote ou aquela gordurinha nas laterais do dorso que insistem em sair pelo sutiã, terão essas áreas como as primeiras a aumentar quando o peso subir e geralmente as últimas a desaparecer ao emagrecer.
O mesmo acontece com quem tem tendência a acumular gordura na parte inferior do corpo - nádegas, coxas e joelhos. Ou para aqueles que concentram gordura na região abdominal, afetando regiões da cintura, tronco, braços, costas e pescoço.
Um mito comum é pensar que exercitar ou fazer dieta seja suficiente para queimar gorduras localizadas na parte em questão. Como esses depósitos são essencialmente parte da configuração genética de cada um, o primeiro passo é manter o peso geral dentro da faixa saudável. Porém, infelizmente, não é possível emagrecer de forma direcionada. Exercitar-se promove a queima generalizada de gordura e mantém ossos, músculos e postura em boas condições, mas não atinge diretamente os depósitos de gordura localizada.
Existem algumas opções de tratamentos, mas seus resultados são limitados e a relação custo x benefício deve ser considerada. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Harvard desenvolveram uma técnica chamada Criolipólise, que promete se transformar no tratamento mais efetivo para exterminar a gordura localizada.
Este método consiste em extrair o calor do corpo gradualmente, até que a gordura subcutânea possa ser congelada. O frio provoca a desagregação dos adipócitos (que são as células envolvidas na síntese e armazenamento de gorduras), danificando as células de gordura, que serão metabolizadas pelo sistema linfático, tudo isso sem causar qualquer dano à pele, já que ela se mantém em temperatura dentro da normalidade. A sessão dura cerca de uma hora e durante esse período é possível até trabalhar no computador, já que a técnica é indolor. Após a sessão, a região tratada fica vermelha por alguns minutos e logo volta ao normal.
A Criolipólise se torna um procedimento revolucionário, pois durante anos os cientistas trataram a gordura localizada por meio de técnicas de aquecimento com sucesso limitado, já que com o aquecimento efetivo o suficiente para destruir a gordura, a pele dificilmente é poupada e acaba queimada.
* Dra. Valéria Campos é médica formada pela UNESP/Botucatu, Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Especialista em Laser e Dermatologia pela Harvard Medical School, e em Laser pelo Massachussets General Hospital. Possui mestrado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, Sociedade Americana de Laser em Medicina e Cirurgia, Sociedade Brasileira de Laser e membro do Comitê Editorial Internacional da Revista Dermatologia & Cosmética da Espanha.
Fonte: http://veja.abril.com.br/agencias/ae/comportamento/detail/2010-06-17-1114109.shtml
